Deixe-me adivinhar, já passou pelo título mas acabou por não ver…
Esta mini série sex-positive tem 6 episódios de 30 minutos e é um must-see da plataforma destacando-se pelo seu incentivo á terapia sexual bem como pelo formato experimental que escolheram para captar a profundidade das diferentes dinâmicas relacionais.
Re-conectar , já sentiu que fazia falta ? A ideia surge como caminho leve, mas avançando nele percebemos que o seu valor está na brutalidade que pede.
“Esta relação pode mudar de direção ou estamos ás voltas “… um dilema tão comum que todos sabemos tão frustrante pode ser o inicio da re-descoberta do nosso parceirx.
Mas apesar do atual reconhecimento da saúde sexual como uma componente da saúde e bem estar geral, a procura por ajuda profissional numa área tão íntima como a do sexo e relações é muitas vezes desconsiderada e mais triste ainda: desconhecida.
Em Portugal a paisagem da educação relacional ergue-se ainda por de trás de provérbios que parecem estar amaldiçoados como “entre marido e mulher não se mete a colher”. Mas na realidade existem muitos profissionais da sexualidade e diferentes técnicas de terapia a serem praticadas o que falta é a sua maior aceitação e conhecimento.

“Love sex & Goop“ inspira-nos a saber mais sobre as possibilidades de terapia sexual e das relações e mostra-nos como todos nós podemos beneficiar desta, estando ou não numa relação, pelo simples facto de : já não sermos quem fomos ontem.
Gwyneth Paltrow é a host da série, mas as verdadeiras “estrelas” são os 5 casais reais que se propõe a diferentes terapias para melhorar as suas vidas sexuais ao mesmo tempo que expõe a sua intimidade na Netflix para incentivar quem está cá fora a trabalhar também em si independentemente da sua identidade, configuração relacional, orientação sexual ou idade.
Estes casais tem backgrounds diferentes, no entanto é quase impossível não nos relacionarmos com todos de certa maneira. Eles não estão em processos de divórcio estão apenas insatisfeitos com a sua intimidade, um reminder de como não devemos esperar as flores morrerem para as regarmos.
Re-aprender a tocar e ser tocado, dar nomes às coisas, identificar dinâmicas relacionais constantes e sentimentos escondidos, aceder a vulnerabilidade, reconquistar a sensualidade estas são algumas ferramentas realisticamente trabalhadas na série com exercícios prontos praticar em casa e com referencias a terapias e modelos de pensamento relevantes .
De realçar o valor da série na escolha de Sexual Bodyworking como terapia central revelando o seu potencial e desmistificado a consulta. Esta terapia tabu é focada na educação para a sexualidade e para o prazer permitindo que, com o seu guia, o aluno explore e aceda ao seu prazer não por motivos sexuais mas de auto-conhecimento.
Nesta serie fala-se de sexo, mas nesta série sexo é uma pequena parte da sexualidade e essa deve ser entendida como um universo infinito, uma energia, uma construção social, uma fonte de criatividade, um reflexo da auto-imagem, um lar. Este entendimento amplo da sexualidade dá-nos espaço para vislumbrar tanto a sua complexidade bem como o seu potencial.
Depois desta série esqueça pedir conselhos em sex shops, aqui segue uma lista de problemas que pode tratar com terapia sexual convencional ou alternativa :
- depois de um parto para re-descobrir o corpo
- sensação de incompatibilidade sexual
- dificuldade na erecção
- ejaculação precoce
- pouco controlo do orgasmo
- após uma transição
- para melhorar o sexo
- para sentir outro tipo de prazer
- para não depender de pornografia
- para não depender de vibradores
- para aprender a tocar-se
- para aprender a dar prazer a seu parceirx
- para trabalhar a ansiedade e o trauma na intimidade
- para ultrapassar padrões que nos esvaziam invés de preencher
- para nos conectarmos com os nossos genitais
- para desenvolvermos erotismo e fantasia
E você qual a melhor coisa que já fez por uma relação ?