Quando chegou o Covid19 e fomos mandados para casa, foram várias as notícias com estatísticas a apontar o aumento das vendas em sex shops virtuais.
O aumento relacionou-se mediatamente ao desejo causado pelo medo da perda, pelo fenómeno de isolamento e pelo próprio ambiente digital.
A possibilidade de encomendar um dildo online foi desde o primeiro segundo a salvação na vida de todos aqueles que morrem de vergonha de entrar na sex shop.
“Ai a vergonha de entrar na sex-shop” quase que podemos sentir esta frase. Feche os olhos e imagine uma sex-shop. O que vê?
Provavelmente uma loja escondida nas arcadas de um prédio, com um letreiro escandaloso, provocador e vidros que não deixam ver quem está nem o que há lá dentro.
Um lugar onde só adultos podem entrar.
A CRex conversou com Eduarda, 32 anos, Sales Assistante de uma sex shop em Lisboa para descobrir um pouco mais de como é trabalhar do outro lado do vidro.
Sim, o que eu faço na sex shop é identificar com os clientes qual a necessidade, o que realmente procuram e ajudá-los a fazer uma compra que os satisfaça e esclarecer sobre qualquer produto da loja. E claro fazer manutenção da loja e dos produtos e certificar-me que tudo está dentro do prazo e a funcionar.
Eduarda
A maioria sim.
Também entram clientes que não querem ser incomodados eles só querem pagar e ir embora alguns tremem com vergonha dizem sempre que ” é para um amigo ” (risos).Mas a maioria, e felizmente (risos) chega a desabafar comigo.
É difícil encontrar um sitio onde se possa falar abertamente das nossas dúvidas sexuais e procurar opções com a opinião de alguém que se calhar “já ouviu falar de outra situação assim “ (risos)
Eduarda
Então :”Porque é que trabalho numa sex shop”, “Como é trabalhar numa sex shop” (risos), “Como “durar” mais tempo” e “Como recuperar o apetite sexual”.
Ah! E “Onde há festas de swing ?” ( risos).
Eduarda
A mim parece-me que a sociedade portuguesa ainda vê a sex shop como um sitio perverso invés de bem estar por exemplo. (risos) Algumas pessoas estão interessadas em saber porque escolhi este trabalho, mas nem todas olham para este como um trabalho “normal “ ou “digno”.
E na realidade eu mais que tudo acredito que o meu trabalho é ajudar e orientar pessoas como fazem na farmácia!
Eduarda
Interesse pela área, capacidade de escutar e à-vontade de falar.
E segurança no trabalho. É essencial sentir-me segura a trabalhar aqui.
Eduarda
Aprender, falar com os cliente, poder ajudá-los…e ter descontos nos produtos (risos) !
Eduarda